quarta-feira, 18 de junho de 2008

Desculpe, Chuck.

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Chuck, pode apostar, eu sei o quanto é importante o show do próximo sábado. Afinal, não é sempre que uma lenda-viva se apresenta à quarenta quilometros da minha casa, mas acredite: eu tenho meus motivos. Se tu soubesse as promessas que a Zero Hora fez no começo do ano. As manchetes diziam que teríamos um ano repleto de eventos culturais. Os colunistas estavam eufóricos. As pessoas participavam de enquetes para escolher as atrações internacionais que iríam ver. No entanto, Chuck, era mentira. O único compromisso que o grupo RBS possuía era com as grande produtoras de Porto Alegre. Eu não tinha idéia que as figuras de sempre aterrisariam aqui para ganhar seus últimos trocados. Há boatos que o Whitesnake divide apartamento com o Echo & the Bunnymen no Bom Fim. Eles não cansam de fazer a mesma apresentação para tirar dinheiro das mesmas pessoas. Aí eu proponho, te imagina no Missouri, com os teus vinte anos, ao teu redor novas formas de expressão cultural acontecem após a grande depressão dos Estado Unidos. Tu teria vontade de sair de casa, numa noite de inverno, para escutar as mesmas músicas enquanto o blues estava dando forma ao que se chamaria de rock 'n' roll? Pois é, Chuck, essa é a realidade. As bandas que estão no topo não vêm pra cá. As produtoras daqui não acreditam em globalização, ainda pensam que demora anos até a gente escutar o novo hit das paradas do primeiro mundo. Por isso eu sei que tu vai me perdoar por não aparecer no que pode ser teu último show por aqui. Desculpe, Chuck.

3 comentários:

Mauro disse...

Compartilho da mesma opinião.

Anônimo disse...

Isso sem falar nos preços dos ingressos...

Anônimo disse...

Falou e disse.