terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sobre os antiquários.

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Por meados dos anos noventa, a Coca-Cola lançou uma réplica da sua tradicional garrafa na cor prata. Se minha memória não falha, com cinco reais e algumas tampinhas era possível adquirir o ítem, que em poucos dias virou o objeto de consumo mais cobiçado pelas crianças da minha escola. Encontro a tal garrafa sempre que vou a um brique e, normalmente, o preço desta relíquia noventista beira vinte ou trinta reais.

Pela manhã, comentei com alguns colegas sobre a valorização do almanaque olímpico encartado na Zero Hora de hoje. Daqui a cem anos este livreto, impresso em papel jornal, que vale menos de um real, estará nas mãos de um antiquarista. Ele protagonizará um drama envolvendo o profissional e um pobre cliente.

Aqui na agência, consideramos que nenhum de nós terá condições de guardar qualquer tipo de objeto que remeta à olimpíada de Pequim. Isto porque o tempo se encarregaria de coloca-los frente a frente com sua pior inimiga: uma mãe.

As mães estão para os antiquários como o petróleo está para indústria automotiva. Elas são o combústivel que move este segmento. Sem elas, não haveria porque pagar por uma viseira do Ursinho Misha ou por uma garrafa prata de Coca-Cola. Certamente existe motivos para uma mãe descartar os bens de seu filho, talvez esta atitude não seja exclusividade de nossa espécie, os pandas podem ter hábitos semelhantes. Eu só não entendo por quê.

7 comentários:

Marlon Abrahão disse...

Muito bom. Finalmente um post verdadeiramente sério e relevante neste blog.

Anônimo disse...

Massa.

@snel disse...

Bah. Lembrei dos meus legos, sumariamente deletados da minha vida pela minha mãe. Hoje, valeriam uma fortuna e me proporcionariam horas de diversão.

Anônimo disse...

pois é, e a minha garrafinha prata da coca-cola segue na estante, junto com uma bandeira verde amarela da copa de 90 que eu não deixo minha mãe chegar perto.

Vinícius da Cunha disse...

Snel: eles valem uma fortuna por que a tua mãe colocou eles fora. Se estivessem na tua mão não valeriam nada.

Chico: É questão de tempo.

@snel disse...

Valor sentimental é imensurável.

LuRussa disse...

Legal essa oto do Misha que vc colocou aí...Misha foi o mascote das Olimpíadas de Moscow de 1980.
Adoramos o Misha...


bjos
LuRussa
www.garotinharuiva.blogger.com.br